21/01/2025
II Domingo Tempo Comum
“A certa altura [do casamento] faltou o vinho. Então a Mãe de Jesus disse-Lhe: Não têm vinho”
Toda a cena de Caná é um poço sem fundo de signif**ados, mas hoje retenho o meu olhar no signif**ado de umas bodas de casamento sem vinho. Leio nesta cena a nossa Igreja, somos esta festa, esta festa em que temos no nosso meio Maria, os discípulos e Jesus. Mas, mesmo assim, perdemos a alegria simbolizada no vinho. Somos como que as seis talhas (seis é um número às portas do enorme sete, carregado de plenitude e perfeição, seis é um número imperfeito como nós). Somos como aquelas seis talhas, não estamos vazios, mas carregamos a insipidez da água que não tem sabor, nós que somos chamados a ser sal da terra; não tem cor, nós que somos chamados a colorir o mundo; que não tem cheiro, nós que somos chamados, como diz o Papa Francisco, a ter o cheiro das ovelhas como bons pastores bem inseridos no rebanho; estamos cheios de uma água de pouca qualidade, parada, estagnada que apenas serve para lavar, e não para refrescar com a esperança que o mundo anseia, a esperança que é a razão da alegria do vinho.
E a única solução é a que Maria nos diz há muitos séculos: «Fazei tudo o que Ele, o meu Filho, vos disser». E quando o fizermos veremos o milagre de Deus a acontecer na nossa vida para espanto de todo o mundo; quando formos capazes de deixar Jesus transformar a nossa insípida vida, ninguém f**ará indiferente. O mundo espera pelo milagre da vida cristã que transforma a tristeza em alegria, como naquele dia a água foi transformada em vinho porque aqueles servidores foram obedientes ao Mestre. Este é o segredo de todo o milagre, principalmente o da vida cristã: obediência ao Senhor da História de quem depende toda a alegria e em quem colocamos toda a esperança. Ele está presente, à espera do teu e do meu sim.